Perdeste um dente – e agora?
Perder um dente não afeta apenas o teu sorriso – também desencadeia mudanças invisíveis no maxilar. É normal perguntar: até quando posso esperar para colocar um implante sem que o osso seja afetado? Imagina o osso onde estava a raiz do dente como um alicerce que, de repente, fica sem função. Assim que perdes um dente, esse osso alveolar deixa de ser estimulado pela mastigação e começa lentamente a reabsorver-se (encolher). Ou seja, o relógio começa a contar a partir do momento da perda do dente. Mas quão rápido isso acontece e quão urgente é agir? Vamos por partes – a seguir vais perceber o que acontece ao osso e como decidir o melhor momento para o teu implante.
O osso não espera: reabsorção óssea após a perda dentária
Após a perda de um dente, o teu organismo entende que aquela estrutura óssea já não é necessária e começa a reabsorver o osso alveolar. Este processo natural, chamado reabsorção óssea, ocorre porque o osso deixa de ter as forças mastigatórias do dente a estimulá-lo. Nos primeiros meses, a redução é significativa: estudos científicos mostram que podes perder cerca de 30% a 60% da largura do osso nos primeiros 6 meses e até aproximadamente metade da largura original ao fim de um ano. Em altura (espessura vertical do maxilar), a perda pode chegar a 10-20% nos primeiros 6 meses. Grande parte desta perda acontece logo nos primeiros 3 a 6 meses após a extração. Em outras palavras, o osso começa a desaparecer mal o dente se vai. Além disso, a falta prolongada de um dente pode fazer com que os dentes vizinhos se desloquem para o espaço e o dente oposto (no arco contrário) pode descer, complicando ainda mais a reabilitação tardia. A reabsorção óssea é um “inimigo invisível” – não o sentes diretamente, mas está a acontecer dentro da gengiva. Por isso, embora não haja dor nessa perda óssea, é um fator crítico a ter em conta ao decidir quando colocar um implante.
Cada mês que passa sem dente implica mais perda de osso. Quanto menos tempo desdentado, melhor para o implante dentário.”
Quanto tempo podes esperar para colocar o implante?
Não existe um prazo exato e rígido – cada caso é um caso – mas a regra geral é: quanto mais cedo, melhor. Cada mês que passa sem dente implica mais perda de osso. Idealmente, deves considerar colocar o implante dentário nos primeiros meses após a perda do dente. Muitos profissionais recomendam que o implante seja colocado dentro do primeiro ano, de preferência dentro dos primeiros 6 meses. Desta forma, aproveita-se o osso existente antes que ocorra uma reabsorção acentuada. Se esperares mais do que isso, não é que fique “impossível” colocar implante, mas estarás provavelmente a entrar no terreno em que será necessário recorrer a técnicas adicionais para compensar o osso que já se perdeu. Em alguns casos, é viável colocar um implante logo no momento da extração do dente (implante imediato) ou poucas semanas depois, o que pode minimizar a perda óssea. Caso não seja possível uma colocação imediata, uma abordagem comum é não adiar demasiado – quanto menos tempo desdentado, melhor para o osso. Lembra-te: não há um limite fixo (há pessoas que colocam implantes anos depois), mas quanto mais tempo deixares passar, maior o risco de teres de fazer procedimentos de regeneração óssea para conseguires colocar o implante com segurança.
Radiografia 3D e regeneração óssea: avaliando e recuperando o osso
Como saber se ainda tens osso suficiente passado algum tempo? Através de uma radiografia 3D (tomografia dentária) o dentista consegue ver, em três dimensões, a quantidade e qualidade do teu osso maxilar. Esta avaliação em 3D é fundamental antes da cirurgia de implante: permite medir a espessura do osso, a altura disponível e identificar estruturas importantes (como nervos ou seios maxilares) para planear a colocação do implante com precisão. Se a radiografia 3D mostrar que já houve muita perda óssea, não desesperes – a solução passa por procedimentos de regeneração óssea. Isso inclui técnicas de enxerto ósseo, onde se adiciona osso (do próprio paciente ou biomateriais) na área deficiente para criar uma base sólida novamente. Na prática, o dentista (geralmente um especialista em cirurgia oral e implantes dentários) pode realizar uma pequena cirurgia de reconstrução do osso antes (ou durante) a colocação do implante. É claro que isso torna o processo um pouco mais longo – pode ser preciso esperar alguns meses extra para o enxerto cicatrizar e criar osso novo. A boa notícia é que estas técnicas são bastante eficazes. Estudos mostram que implantes colocados em osso regenerado têm taxas de sucesso tão elevadas quanto em osso original (ou seja, fazer um enxerto ósseo bem-sucedido permite ao implante ficar tão estável como se tivesse sido colocado inicialmente, num osso sem reabsorção). Em suma, mesmo que tenhas perdido muito osso por teres esperado, a medicina dentária tem soluções para “devolver” esse osso e viabilizar o implante.
Avaliação precoce: garante o melhor resultado para o teu implante
Dada a rapidez da reabsorção óssea, a avaliação precoce com um especialista é a chave para não seres apanhado de surpresa. Quanto mais cedo consultares um profissional em cirurgia oral e implantes, mais opções tens. Ele vai examinar-te (possivelmente com radiografias 3D) e dizer-te se podes colocar o implante de imediato ou se é necessário algum procedimento preparatório. Agir atempadamente evita que percas volume ósseo desnecessariamente e aumenta a probabilidade de conseguires fazer o implante sem cirurgias adicionais. Por outro lado, esperar longos períodos pode significar tratamentos mais complexos, maior investimento de tempo (e dinheiro) e algum desconforto extra – tudo o que poderias evitar decidindo mais cedo. Em última análise, recuperar um dente perdido com implante não serve apenas a estética, mas também a tua saúde oral (evitando sobrecarga dos dentes vizinhos e garantindo que consegues mastigar corretamente). Por isso, não adies a decisão: informa-te e toma ação. Já pensaste em agendar a tua avaliação de implantes? Cada caso é único, e só uma avaliação personalizada te dirá exatamente qual o prazo e o plano ideal para ti. Não percas mais osso – dá o passo rumo a um sorriso completo e saudável. Agendar avaliação de implantes.
